quarta-feira, abril 12, 2006

Sentimento



Isto de ter obras em casa tem os seus inconvenientes, por outro lado, enquanto empacotamos as coisas, vamos pensando na vida, nas conversas com os amigos, no trabalho... um sem limite de coisas atravessam-nos o pensamento.

Estava a empacotar os livros e peguei num que, lembro-me, ter adorado na altura que o li. A autora diz algo sobre o amor que achei simples e verdadeiro, e que passo a citar:

"Amar é um verbo. Demonstramos o nosso amor através de acções. E uma pessoa só se sente amada quando a outra lhe manifesta o seu amor com beijos, abraços, carícias e demonstrações de generosidade. Uma pessoa que ama procurará sempre o bem-estar físico e emocional da pessoa amada."

Estas poucas palavras que reli antes de o empacotar, fizeram-me pensar em muitas coisas que se passam à minha volta.

Vi que as pessoas têm urgência de amar e serem amadas, mas manifestando o seu sentimento de um modo egoísta, possessivo, doentio, esquizofrénico, sei lá mais o quê. Como em tudo, há as excepções, mas que me parecem cada vez mais raras.

Isto fez-me lembrar uma conversa que tive com uma amiga, em que falavamos que há um sentimento que fica entre a paixão e o amor, mas que não tem nome, mas que reflecte o verdadeiro significado desse sentimento, bem como o carinho, o respeito e o bem-estar físico e emocional da pessoa que se gosta, mas, principalmente, o nosso, de modo livre, simples, como é suposto ser.

Por que é que há a necessidade de darmos um nome ao sentimento e o quantificarmos?

Por que não o vivemos de modo puro e simples, sem idealizações e mistificações?

Poderei estar enganada nestas palavras que escrevo, mas é o que sinto cada vez mais, por isso, quem estiver contra pode pronunciar-se.

Gostar de alguém é tão bom.

Não matemos o sentimento com maluqueiras, caprichos, banalidades e futilidades.