Doença de Alzheimer
Hoje quero alertar-vos para algo que começa a ser tão comum na nossa sociedade, mas que ainda não é bem encarado, devido ao tabu que ainda existe e à débil formação e informação por parte das pessoas.
A doença de Alzheimer é lenta, progressiva, debilita o ser humano ao ponto de lhe roubar essa condição.
Acreditem que é tão mau para quem sofre dessa doença, como para quem vê e ama o doente. A experiência de ver o outro a definhar, a deixar de ser um ser humano, deixar de poder e saber fazer as coisas mais simples e, principalmente, deixar de reconhecer pessoas queridas, é muito mau. Falo pela experiência que já passei com uma pessoa muito querida, que amo como um pai e que, infelizmente, já não está comigo, e também da experiência que vivo hoje com o meu avô paterno. É duro, não é mesmo nada fácil, mas há que ter persistência e, acima de tudo, amor pelo doente e perceber que tudo o que faz não é consciente, é mesmo a doença a actuar.
Deixo-vos alguma informação sobre o assunto.
"É uma doença do cérebro de causa desconhecida, de instalação insidiosa, com agravamentos progressivos, lentos e irreversíveis. Começa por aniquilar a memória e, subsequentemente, as outras funções mentais, determinando completa ausência de autonomia. Os doentes tornam-se incapazes de realizar qualquer tarefa, perdem-se, deixam de reconhecer rostos familiares, ficam incontinentes e acabam, quase sempre, acamados, sobrevivendo entre 2 a 15 anos. A doença está muito relacionada com a idade e, em geral afecta pessoas com mais de 50 anos.
Foi descrita em 1906 pelo psiquiatra alemão Alois Alzheimer. O diagnóstico é feito por exclusão de outras doenças com características semelhantes. Não há ainda tratamento eficaz para a doença nem possibilidade de prevenção.
No início da enfermidade, o doente sofre porque tem consciença das suas limitações e incapacidade. Procura por vezes ocultá-las, manifestando alterações de temperamento e personalidade, ou caindo em depressão.
À medida que o mal avança, são os familiares que mais sofrem, assistindo, impotentes, ao declínio mental e físico de alguém que amam. Todos os que vivem em torno do doente acabam por acusar alterações profundas de temperamento, quer de ordem emocional, quer económica.
A doença impõe uma vigilância constante, levando os familiares a confortarem-se com vários problemas:
Dificuldade de acompanhamento do doente em casa, devido as obrigações profissionais. Despesas com cuidadores remunerados para além do orçamento doméstico.
Resistência de algumas instituições à aceitação dos doentes.
Incapacidade das instituições que os aceitam de prestarem cuidados adequados.
Deficiência de formação dos profissionais para cuidarem dos doentes.
Estima-se que em Portugal, mais de 50000 pessoas sofrem de Doença de Alzheimer."
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